A gestão financeira e orçamentária é uma das principais preocupações no setor de saúde, seja em organizações públicas, privadas ou do terceiro setor. A crescente demanda por serviços de qualidade, combinada com a necessidade de utilização eficiente dos recursos, torna indispensável o desenvolvimento de práticas de gestão que garantam tanto a sustentabilidade financeira quanto a satisfação dos pacientes. Esse tema ganha ainda mais relevência em um cenário de desafios globais, como pandemias, envelhecimento populacional e aumento das doenças crônicas.
O Desafio da Gestão Financeira na Saúde
A área da saúde enfrenta desafios únicos quando comparada a outros setores. Entre os principais, destacam-se:
Custos Elevados e Crescentes: Procedimentos médicos, tecnologias avançadas e medicamentos especializados muitas vezes possuem custos altos, dificultando o controle financeiro. Além disso, a incorporação de novas tecnologias, como terapias gênicas e equipamentos de ponta, tende a aumentar ainda mais os custos.
Demanda Imprevisível: Epidemias, pandemias e emergências de saúde podem gerar demandas repentinas, exigindo flexibilização no orçamento. Em momentos de crise, como a pandemia de COVID-19, hospitais enfrentaram pressões extraordinárias para aumentar a capacidade de leitos e adquirir equipamentos essenciais, como ventiladores e EPIs.
Limitação de Recursos: Tanto em sistemas públicos quanto privados, os recursos financeiros são frequentemente limitados, criando a necessidade de priorização e planejamento. No setor público, orçamentos frequentemente subestimados impactam diretamente a qualidade dos serviços oferecidos à população.
Regulações e Compliance: O setor da saúde está sujeito a regulações rigorosas, que impactam diretamente na alocação e uso de recursos financeiros. Cumprir as exigências legais sem comprometer a eficiência financeira é um desafio constante.
Princípios da Gestão Financeira e Orçamentária
Uma gestão financeira eficaz na área da saúde deve estar fundamentada em princípios claros, como:
Planejamento Estratégico: Alinhar os recursos financeiros às metas organizacionais de curto, médio e longo prazo. No setor da saúde, isso inclui planejar para ampliações de serviços, aquisições de tecnologia e treinamento de equipes.
Transparência e Prestáção de Contas: Garantir que todas as partes interessadas tenham acesso às informações financeiras, promovendo a confiança e a accountability. Essa transparência também é essencial em organizações públicas para evitar corrupção e desvios de recursos.
Controle e Monitoramento Contínuos: Utilizar indicadores-chave de desempenho (KPIs) para acompanhar a saúde financeira da instituição. Na saúde, isso pode incluir custos por paciente, taxas de ocupação de leitos e eficiência no uso de recursos.
Inovação e Tecnologia: Investir em soluções tecnológicas que otimizem processos, como sistemas de gestão integrada (ERP) e ferramentas de análise preditiva. Esses sistemas podem prever tendências e ajudar na tomada de decisões mais informadas.
Práticas de Sucesso em Gestão Financeira e Orçamentária na Saúde
1. Elaboração de Orçamentos Realistas
Um orçamento bem estruturado é essencial para a sustentabilidade. Ele deve considerar:
Projeções de Receita: Incluindo convênios, atendimentos particulares e financiamentos públicos. No setor público, é essencial planejar a captação de recursos adicionais por meio de emendas parlamentares ou programas de incentivo.
Previsão de Custos: Desde despesas fixas, como salários, até variáveis, como materiais hospitalares e medicamentos. Também é importante prever gastos com manutenção de equipamentos, que são críticos para a continuidade dos serviços.
2. Controle de Custos
Reduzir desperdícios é essencial para manter a eficiência. Algumas estratégias incluem:
Gerenciamento de Estoques: Evitar excessos e a perda de materiais por vencimento. Tecnologias como sistemas automatizados de gestão de estoques ajudam a prever necessidades com base no histórico de consumo.
Negociação com Fornecedores: Buscar melhores condições de compra sem comprometer a qualidade. Parcerias estratégicas podem gerar descontos e condições vantajosas.
3. Análise de Indicadores Financeiros
Indicadores como margem de lucro operacional, índice de liquidez e ROI (retorno sobre investimento) ajudam a avaliar a performance financeira. No contexto da saúde, também é útil analisar indicadores específicos, como custo por procedimento e custo de internações evitáveis.
4. Treinamento e Capacitação da Equipe
Investir em formação continuada para os profissionais de saúde e gestão permite uma melhor compreensão dos desafios financeiros, promovendo soluções criativas e eficientes. Capacitações em ferramentas digitais e gestão de recursos são fundamentais para otimizar o desempenho organizacional.
5. Parcerias Público-Privadas (PPPs)
As PPPs têm se mostrado uma alternativa viável para alavancar recursos e melhorar a qualidade dos serviços. Essas parcerias permitem que o setor público conte com a expertise e o capital do setor privado, ampliando o acesso da população a tratamentos e diagnósticos de alta complexidade.
O Papel da Tecnologia na Gestão Financeira
A digitalização tem revolucionado a gestão financeira na saúde. Sistemas informatizados possibilitam:
Automatização de Processos: Reduzindo erros humanos e otimizando tarefas repetitivas. Exemplo: faturamento eletrônico para planos de saúde e controle de prontuários.
Análise de Dados: Utilização de big data para identificar padrões e prever necessidades futuras. No setor de saúde, isso inclui a análise de dados epidemiológicos e financeiros para otimizar recursos.
Integração de Informações: Conectar os diversos setores de uma instituição de saúde, como financeiro, administrativo e clínico, para garantir maior eficiência operacional.
Conclusão
A gestão financeira e orçamentária na área da saúde é fundamental para garantir a sustentabilidade das organizações e a qualidade do atendimento aos pacientes. Com práticas eficazes de planejamento, controle e inovação, é possível superar os desafios financeiros e otimizar os recursos disponíveis, assegurando um futuro mais equilibrado para o setor.
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Referências
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DRUCKER, Peter F. Gestão em tempos de grandes mudanças. São Paulo: Pioneira, 2015.
PORTER, Michael E.; TEISBERG, Elizabeth O. Repensando a saúde: estratégias para melhorar a qualidade e reduzir os custos. São Paulo: Bookman, 2007.
SANTOS, Carla M. Gestão financeira em organizações de saúde. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2019.
TOMASI, Elaine; FACCHINI, Luiz A.; PICCINI, Renata X. Saúde suplementar no Brasil: gastos, eficiência e qualidade. Cadernos de Saúde Pública, v. 24, n. 2, p. 30-42, 2021.